domingo, 29 de agosto de 2010

Pescaria Entre Irmãos - 28/08/10

Neste domingo fomos eu e meu irmão Bernardo ao Coqueiral Park, parque aquático e pesque pague nos arredores de Olinda. Berna, que é o pescador da história, se encarregou de preparar os equipamentos e de arrumar tudo, ficando a meu encargo nos levar até lá! hehehe




Chegando lá tentamos um pouquinho com as artificiais e nenhuma ação. Mas, pelo menos deu para ver o pirarucu famoso que tem por lá, que deve ter bem 1 metro de comprimento ou mais. Ele emergiu por alguns segundos enquanto tentávamos com as artificiais.



Trocamos de lago e na primeira vez que Berna colocou a isca (massa) na água, fisgou um baita de um tambaqui, que ele me passou para eu puxar. O bicho rendeu uma briga boa danada e devia pesar uns quatro quilos.




No decorrer do dia peguei mais umas 3 tilápias e Berna pegou mais 1 tambaqui e umas 3 tilápais.



Pescaria arretada!

Abraços a todos.

Caminho da Fé - Décimo terceiro dia - 08/08/10

09/08/10 – Aparecida -> Casa (Recife – PE)

Acordei relativamente cedo, tomei café e fui à Basílica, onde pude participar da missa das 9:00h. Tirei varias fotos, gravei o último videolog da viagem e voltei ao hotel. Embalei a bike, preparei tudo e parti à rodoviária, onde eu pegaria um ônibus para São José dos Campos e então para Guarulhos.




Detalhe: esqueci a credencial e o certificado na rodoviária de São José dos Campos. Fica aqui o agradecimento ao pessoal da rodoviária, que os enviou para mim pelo correio sem cobrar nada. Dei sorte de eles terem encontrado.




No aeroporto conheci a Érika, que já tinha feito o Caminho de bike junto com seu marido, saindo de Águas do Prata.
Peguei meu vôo, meu pai me pegou no aeroporto e cheguei em casa. Resgatamos ainda uma tartaruga que estava atravessando a rua em plena cidade!!! Heheh Ela estava indo de um rio que passa na lateral da via a um açude, do outro lado.




Missão mais que cumprida, com todas suas dificuldades, momentos tristes, alegres e reflexivos. Valeu? Muito. Não teria conseguido sem o apoio de Deus, em primeiro lugar, da minha família que me permitiu ir e me deu todo o apoio necessário, e às pessoas que conheci pelo caminho, elementos essenciais e únicos na construção do que veio a ser uma experiência única na minha vida.

Caminho da Fé - Décimo Segundo dia - 08/08/10

08/08/10 – Campos do Jordão -> Aparecida
Acordei tarde para o que deveria ser o dia mais fácil do caminho: descida e planos asfaltados apenas. Mas, nessa altura do campeonato, não estava mais acreditando em dia fácil, em se tratando de Caminho da Fé.

Tomei café, me agasalhei e sai. De cara, até passar uns quilômetros da pousada, tem uma subidinha leve, de uns 3 km, mas que não estava conseguindo vencer devido à fadiga muscular. Passando disso foi só felicidade, peguei a rodovia ao invés de seguir ao lado das dormentes do trem e deixei a bike descer sem pegar muita velocidade, freando aqui e ali.



Ao chegar perto de Piracuama fiz um desvio e fui à Pousada Serra da Mantiqueira carimbar minha credencial. Poderia ter ido também à pousada Champétre, mas teria que voltar um pouco mais e resolvi não fazê-lo.
Estava num ritmo muito bom, fazendo média próxima a 20km/h, a melhor da viagem.
Passei então em Pindamonhagaba para o trecho final da viagem, trecho este feito com o coração batendo alto, querendo sair pela boca de tanta ansiedade para ver a Basílica, tão esperada.



Dei meu máximo para chegar a Aparecida. Quando cheguei à cidade passei direto da Pousada Jovimar, onde me hospedaria, e segui direto para a Basílica. Quando lá cheguei percebi o que já tinha lido em alguns outros relatos: o importante do Caminho não é a chegada à Basílica, mas sim a ida até ela. Não é pisar nos degraus ou pegar o certificado que nos torna peregrinos, mas sim todo o caminho, seus ensinamentos e dificuldades.



Dentro da Basílica, que por sinal é uma das construções mais belas que já pude ver, segui à secretaria com bike e tudo, onde peguei meu certificado e voltei à pousada, onde ainda pude almoçar e descansar bastante no quarto.



A sensação de dever cumprido se espalhava totalmente por mim, mas também uma saudade grande do Caminho já aparecia. Neste momento só tive uma certeza: eu ainda vou voltar, sem dúvida.
Terminei o dia conversando com o Djalma, gerente da pousada e fui dormir.

Caminho da Fé - Décimo Primeiro dia - 07/08/10

07/08 – Luminosa -> Campos do Jordão
Tomei café e segui para o que deveria ser o dia mais difícil fisicamente do percurso e de fato foi. Foram nada mais que cerca de 3 ou 4 horas praticamente só empurrando a bicicleta morro acima. Depois de Luminosa, sobe-se cerca de 1100m de altura em apenas 16 km.



Segui até Campos do Jordão depois de ter passado em Campista na Pousada Barão Montês, onde conheci o Márcio, muito gente fina. O local é muito bonito.
Descansei um pouco e parti para o que seria o ultimo trecho em estradas de terra batida da viagem.



Cheguei morto à Pousada do Peregrino onde fui muitíssimo bem atendido pelo Edson, a Dona Marilda e família. Segui ao bairro do Capivari onde pude, de sandálias, meias e camiseta, conhecer o centro de Campos. Comi uma massa com molho à bolonhesa maravilhosa, tudo o que eu queria naquele momento.



Ao chegar à pousada, fiquei conversando um tempão com o pessoal, comi pizza e fui dormir meio tarde. Sem problemas, pois sabia que no dia seguinte teria que sair um pouco mais tarde devido ao frio que estava fazendo na região. À noite a temperatura estava próxima dos 10 graus célsius.

sábado, 28 de agosto de 2010

Caminho da Fé - Décimo dia - 06/08/10

06/08 – Consolação -> Estiva
Acordei relativamente cedo, tomei café e sai para mais um dia de pedal, que por sinal custou a passar.
O caminho até consolação não foi difícil, mas fui mais uma vez atrasado pelo cansaço e sono. Eu estava enfadado nestes últimos dias, não sei se pela monotonia ou pelo desgaste físico.



Para chegar a luminosa tem uma subidinha bem grande, onde se pode ver a cidadezinha do alto, vista demais mesmo. Depois, desci cerca de 350m em poucos quilômetros, descida técnica onde tive o máximo de cautela, pois tinha percebido a pouco tempo que a suspensão parara de funcionar. Quase fui atacado 2 vezes por cachorros perto da entrada a cidade.




Nesse ponto parei e percebi quanta coisa o caminho já tinha me ensinado: perseverança, humildade, paciência e, principalmente, desapego material e auto-conhecimento. Deixei muita coisa por lá, fossem roupas e sabonetes, fossem pensamentos fúteis e desnecessários, que mais me faziam mal do que bem. Pude perceber do quão pouco necessito para viver feliz.



Foi muito bom poder conhecer e conversar com a Dona Tidinha, dona da pousada de mesmo nome. Pessoa muito religiosa, me falou justamente disso que eu vinha sentindo, dos ensinamentos do caminho.
Fui dormir cedo para acordar descansado. Faltavam, essa hora, menos de 125 km para Aparecida.

Caminho da Fé - Nono dia - 05/08/10

05/08/10 – Tocos do Mogi ->Consolação

Acordei um pouco mais tarde, fiz meu café, tomei-o e fui embora. Friozinho danado.
O trajeto Tocos-Consolação foi bem difícil, com subidas duras até Estiva. Apesar disso, o caminho desce mais que sobe, então deu para chegar inteiro. Mas uma vez eu estava com MUITO sono e o trajeto até consolação foi lentíssimo. Me arrastei nas subidas e até mesmo nos planos, estava morto.



Comecei a sentir que cada passo me levava não para mais longe do começo, e sim para mais perto de Aparecida, mais perto de Deus e de um auto-conhecimento que só vem mesmo se estando só e pensando, coisa que fazemos tão pouco no nosso dia-a-dia.
Cada cidade pela qual passei me deixou algo e acho que é com este pedacinho deixado por cada uma que meu caminho da fé estava sendo construído.



Digo “meu” pois cada Caminho é único, mesmo que passe pelo mesmo local. A experiência nele vivida por cada peregrino é diferente e, ao fazê-lo sozinho, acho que intensifiquei ainda mais a minha.



Fiquei na pousada Dona Elza e fui muito bem atendido. Fui dormir para poder sair cedo no outro dia.

Caminho da Fé - Oitavo dia - 04/08/10

04/08/10 – Barra -> Tocos do Mogi
Começando o dia com muito animo, acordei cedo e dei uma regulada nos freios, que estava ficando fracos devido ao desgaste das pastilhas. Limpei e lubrifiquei a corrente e fui tomar banho. Depois disso tomei café com a Patrícia e o Ricardo e saí pouco depois deles.



No começo eles estavam indo mais rápido que eu, devido às subidas que eu tinha que empurra a bike carregada e usando sapatilhas. Logo depois disso, ao acabar a primeira subida mais forte, deixei-os para trás e segui.



O dia acabou rendendo muito, o melhor. Logo após a subida saindo da Barra o caminho ficou plano como em pouquíssimas partes do caminho e tentei fazer uma média legal. Até Borda da Mata, onde pretendia ficar pelo planejamento meu e do Ricardo, foi muito tranqüilo. Cheguei lá cedo e segui para Tocos do Mogi, onde iria dormir.



Estava morrendo de sono e a média caiu bastante, mas estava feliz e sabia que chegaria tranqüilo a Tocos, onde faltariam menos de 200km para a chegada a Aparecida. Empurrei muito a bike, mas devagarzinho fui chegando e cheguei.



Cidadezinha bonita, limpa e organizada. Fiquei na Pousada do Peregrino, onde fiquei numa casinha só para mim, com direito a cozinha e tudo. Fui a padaria e comprei os matérias para o meu jantar e café da manhã. Resultado: comi dois miojos com empanados de frango no jantar.
Dormi com sensação de trabalho cumprido.

Caminho da Fé - Sétimo dia - 03/08/10

03/08/10 – Águas da Prata – Barra
Comecei o dia tomando café na quitanda, pois a associação não oferece café, e saí para pedalar. O dia foi muito pesado, começou com subidas muito tensas até Andradas, onde eu deveria ter dormido. Sábios os conselhos da Tina e do Clóvis, que me disseram para não fazer esse trecho no dia anterior à tarde, pois teria sido bem difícil e eu provavelmente teria entrado pela noite.



No meio da subida desisti da viagem. Peguei o telefone, disquei o número da minha mãe, a fim de desistir e voltar para casa e... nada. O telefone estava sem sinal, ainda bem, e resolvi tomar aquilo como uma forma de sinal para continuar.
O Flávio e o Fernando cruzaram comigo pelo caminho, ainda antes de chegar a Andradas. Tentei acompanhá-los, mas mesmo na decida eles abriram muito espaço e eu desisti, pois estaria passando do meu limite e do limite do meu equipamento, que apesar de ser qualidade estava carregado com os alforjes, diferente deles que usavam mochilinhas mínimas nas costas.




Cheguei a Andradas meio cansadão e toquei para Barra, ainda na tentativa de seguir até Ouro Fino naquele dia. Não sabia eu que a Serra dos Lime seria tão dura e comprida, como nem mesmo as subidas maiores tinham parecido. Acredito que isso aconteceu devido ao enorme desgaste psicológico que eu estava enfrentado naquele dia.
Depois de chegar ao fim da Serra dos Lima, conversei com a Dona Natalina em sua pousada e toquei para Barra, pois vi que Ouro Fino estava absolutamente impossível de chegar lá no mesmo dia.



Ao chegar a Barra quem abriu a porta da pousada do Tio João para mim foi o Ricardo, que estava fazendo o Caminho a pé, pois a dona da pousada (Dona Joelma) não estava, que já me instalou num quarto. Conheci a Patrícia e tomei uma cervejinha e bati papo com eles, depois fui tomar banho. Ao sair, a Patrícia já tinha esquentado o almoço e feito um ovo frito para mim, muito legal mesmo.
Ficamos conversando e tomando uma até tarde, refizemos o meu planejamento da viagem (o Ricardo já tinha feito o caminho antes) e eles me deram uma força enorme para continuar a viagem. Foram realmente dois anjos pelo caminho. Vai ver eu estava precisando um pouquinho de “contato” humano. Hehehe. Jantamos e fui dormir.
Indico a pousada do Tio João, quartos e banheiros limpíssimo, preços módicos e muita simpatia!

Caminho da Fé - Sexto dia - 02/08/10

02/08 - Pousada Dona Cidinha -> Águas da Prata
Tive o prazer de, pela manhã, conhecer a Dona Cidinha e o seu marido, personagens famosos do caminho. São essas pessoas que se doam para que o caminho funcione e que o fazem ser especial como é.

Tomei um ótimo café da manhã e sai para começar a famosa subida da Serra da Fartura. Depois de pedalar e empurrar um pouco cheguei a São Roque e a cerca de 13:00h cheguei a Águas do Prata onde, com a ajuda de Dona Tina, decidi o que iria ficar de carga e o que iria embora.



Logo após fui ao correio onde enviei tudo que era desnecessário para casa (casaco, calça jeans, tênis, três camisas, etc.) e passei numa lan house para uma tentativa frustrada de fazer a minha matricula da faculdade.



Ao voltar à Associação dos Amigos do Caminho da Fé encontrei minha bagagem já completamente arrumada por Dona Tina, muito atenciosa. Quando já estava de saída fui aconselhado por ela e por Clóvis, diretor geral do caminho, a ficar por ali mesmo naquele dia, pois o caminho até Andradas, onde pretendia ficar, não era fácil e a tarde já avançava.



Resolvi aceitar a sugestão, uma vez que eles são os fundadores do caminho. Logo depois fui muitíssimo bem tratado pela Dona Silvia, que me permitiu usar o computador da associação para fazer a matricula. Conheci também o Flávio e o Fernando, que estavam também fazendo o caminho de bike, porém sem carga e num ritmo bem mais acelerado.
Li um livro do relato de uma peregrina que realizou o Caminho de Santiago da Compostela na íntegra a pé, 35 dias de peregrinação e 800km andados. Não é brincadeira.
Fui dormir com uma sensação de dever não cumprido, visto que só pedalei 31 km neste dia.

Caminho da Fé - Quinto dia - 01/08/10

01/08/10 – Casa Branca -> Pousada Dona Cidinha
O pedal deste dia foi bom, só ficou um pouco mais complicado no fim devido a uma macarronada no almoço que não caiu muito bem, dando uma suadeira e fraqueza danada. Hehe. O excesso de bagagem também atrapalhou bastante nas subidas logo antes de chegar à pousada da Dona Cidinha, beeem inclinadas por sinal.



Depois de passar por Vargem Grande (onde comi o malfadado almoço) conheci um pessoal que faz todo ano o Caminho da Fé a cavalo. Todas as pessoas que conheci até agora, ao saber que estou fazendo o Caminho saindo de São Carlos e sozinho dizem que eu sou corajoso.



Me hospedei na Pousada Dona Cidinha, onde fui atendido por Juninho (filho da Dna Cidinha) e sua esposa, a qual me foge o nome. Pessoal extremamente gente boa, atencioso e prestativo, que trata o peregrino com uma boa vontade de dar gosto. Também é de dar gosto a comida, feita à moda mineira (apesar de ainda estar em São Paulo) em forno de lenha.



A pousada é muito interessante, pois é um sítio bem típico da região mesmo, porém (como as demais pousadas) extremamente limpo e organizado.



Foi legal poder se desligar um pouco do estresse e preocupação de viver na cidade o tempo todo, onde temos que trancar as portas antes de dormir e cada barulhinho é um susto. Lá a cozinha ficou aberta e dava para fora da casam sem problema algum.
Lavei as roupas, como de costume, e fui dormir.

Caminho da Fé - Quarto dia - 31/07/10

31/07/10 – Santa Rita do Passa Quatro -> Casa Branca

Acabei saindo um pouco mais tarde do que desejava, umas oito e meia, depois de concertar a câmara furada.
O dia foi legal, com meta dentro do planejado. Nem um pouco fácil, mas foi o dia menos sofrido e com mais cara de começo de viagem. Comecei a me sentir de fato peregrino, muito devido ao povo da região, que os tratam muito bem.
Em Tambáu, ao parar para descansar um pouco na praça em frente ao Santuário de Padre Donizetti, passei um tempão conversando com duas crianças que estavam vendendo sorvete por ali, super curiosas com o que eu estava fazendo, com o meu sotaque, de onde eu vinha, etc.



Encontrei também com (ou melhor, fui encontrado por) outro viajante usando a bike como meio de transporte. Ele estava viajando o Brasil de bicicleta, mas de forma menos dispendiosa que eu e, pelo que pude notar conversando com ele, passando por altos perrengues por aí na estrada.




Após isso fui super bem atendido na secretaria de turismo da cidade, onde tive a credencial carimbada, e no restaurante Tarzan. Após o almoço, já de saída, uma senhora que trabalhava no restaurante me deu uma água mineral geladinha, pois a minha já estava quente. Pessoal muito legal.
Levei ainda dois “sustos” na estrada saindo de Tambaú: o primeiro foi um carro, cuja motorista, que ao passar ao meu lado, abaixou os vidros desejando boa viagem e boa sorte; e depois uma moto com dois rapazes fez o mesmo. Sempre acompanhado de um “vá com Deus”, como é freqüente do pessoal da região.




Muito legal essa atitude do pessoal. Até mesmo os caminhões respeitam o peregrino, passando sem tirar finos ou ameaçar. Show.
O único incidente do dia foi um novo furo no pneu traseiro, por conta do mesmo arame que furou a primeira câmara e eu não vi. Ele já estava murchando lentamente até que murchou de vez e tive que remendar a câmara. Resolvi tirar os alforjes desta vez, o que facilitou o procedimento.



Cheguei a Casa Branca umas 16:30h e fui direto à pousada, que é na verdade uma espécie de dormitório num prédio ao lado da igreja. Fiquei sozinho com uns 10 quartos com 20 camas cada, só para mim. Hehehe
Logo depois de me instalar e tomar banho sai para jantar (x-tudo com coca). Depois de voltar bati um papo com o zelador e voltei para me ajeitar para dormir. Tive que usar bastante lidocaína e bepantol na “poupança” para poder agüentar as assaduras provenientes do selim. Cheguei à conclusão de que precisava tirar peso com urgência da bagagem. Resolvi que na segunda feira mandaria muita coisa para casa, pelo correio.

Caminho da Fé - Terceiro dia -30/07/10

30/07/10 – Descalvado -> Santa Rita do Passa Quatro

Sai atrasado mais uma vez do Hotel Descalvado. Passei no correio para enviar o mala bike para Aparecida a fim de aliviar peso e facilitar a viagem. Após isso fui a bicicletaria comprar uma bomba nova e um pezinho para a bike. Resultado: foi visto que o freio não estava bom. Uma das pastilhas tinha caído e o que parece é que andei o primeiro dia sem uma das pastilhas, freando com o próprio pistão do freio, o que é bem perigoso, pois pode danificar o disco.

Isso foi resolvido trocando o freio hidráulico por um shimano mecânico, o que me custou R$250,00, mas era única solução que tinha na hora, uma vez que os aros da bike não aceitavam v-brakes e o freio não era passível de concerto.
Depois que saí de Descalvado, chegando em Porto Ferreira, o pneu furou. Ainda bem que comprei uma bomba nova em Descalvado e aprendi a tirar e por o pneu ainda em Recife. Não tirei os alforjes antes de tirar a roda traseira, o que foi um erro e mais atrapalhou do que ajudou.



A subida até Santa Rita foi muito puxada. No meio da subida, já exausto, resolvi parar e colocar uma música no mp3 para dar uma renovada nas forças. Comecei a ouvir “Livre Acesso”. A emoção, aliada a paisagem e ao cansaço, fez uma lágrima rolar, não nego. Momento lindo e emocionante, intenso na consciência da magnitude e perfeição da obra de Deus.



Cheguei exausto á pousada já ao escurecer, depois de dar algumas erradinhas já na cidade. Deixei a bike lá embaixo devido as subidas de escada e fui jantar num restaurante italiano perto da pousada.
Comi um fettuccine ao molho sugo muito bom. Estava precisando disso de verdade. Fui dormir a fim de acordar cedo para concertar a câmara de ar furada e dar uma regulada no freio.

Caminho da Fé - Segundo dia - 29/07/10

29/07/10 – São Carlos -> Descalvado

Acordei cedo (com bastante relutância, diga-se de passagem) e fui à missa na catedral de São Carlos, às 7 horas. Missa bastante intimista, numa capelinha dentro da igreja, com apenas umas 30 pessoas. Foi muito bonita e também uma grande oportunidade para começar a viagem de fato com a presença de Deus. Pedi muito por mim, pelas pessoas que já conheci na viagem e por aqueles que ficaram em Recife.

Voltei depois ao hotel, tomei café, descansei um pouco e fui à bicicletaria importunar o pessoal. Acabou que o freio foi concertado e a felicidade foi grande. Além de concertar a bike consegui me confessar lá na catedral, o que aumentou ainda mais o clima de nova etapa da viagem. Na hora de sair com a roupa de ciclismo no hotel bateu uma vergonha danada... hehe



O dia começou bem, sai do hotel cerca de 12h. Até o Santuário da Babilônia estava até que rendendo bem, mas depois disso fui ficando sem água e notei que a bomba de ar caiu pelo meio do caminho, o que, aliado a uma enorme quantidade de pedras recém colocadas na estrada por um trator, me deu um grande medo de que o pneu furasse, pois ficaria na rua.



O pouco prepara nos últimos meses, a bike muito pesada (uns 13kg nos alforjes mais o mala bike de uns 2.5kg) e a falta d’água me fizeram chegar muito cansado em Descalvado, pregado de sede e fome (pois sai sem comer e não consegui comer nada no caminho devido a sede). Me arrastei até o hotel.
Amanha vou levar mais água, mandar o mala-bike pelo correio para aparecida e comprar outra bomba para a bike.



Tirando os problemas o dia valeu, apesar de a paisagem não ter sido grande coisa na maioria do caminho, acho que por ainda estar perto de centros urbanos. A estrada perto de Descalvado está bem ruim e o tráfego de caminhões atrapalhou um pouco.
Fui super bem atendido no Hotel Descalvado por um rapaz que já tinha feito metade do caminho. A primeira coisa que eu fiz foi beber um litro d’água e, depois de tomar banho, fui a uma lanchonete perto do hotel, onde comi um X-tudo, batatas fritas e tomei uma jarra de suco, tudo enorme.

Cheguei a conclusão de que deveria ter trazido um selim mais largo, o traseiro reclamou um pouquinho.

Frase do dia: rapadura é doce mas não é mole não.

Caminho da Fé - Primeiro dia - 28/07/10

28/07/10 – São Carlos
O primeiro dia da viagem começou com bons e maus imprevistos. A viagem de avião Recife - São Paulo foi tranqüila e assim também foram as viagens de ônibus, do aeroporto à rodoviária do tiete (via airport bus service) e da rodoviária a São Carlos (empresa cometa). No caminho pude notar as pessoas muito interessadas na bike embalada e na grande dificuldade de carregar os alforjes e a bike ao mesmo tempo.

No ônibus para a rodoviária pude conhecer uma moça que vinha de viagem da Suíça e que estava voltando para casa e tive também a honra de poder conhecer o senhor Miral.
Miral é jornalista, gaucho, de 68 anos de idade e está rodando todo o Brasil para lutar contra a corrupção. Católico, revolucionário, louco: passa a impressão de ser homem de grande fé. Ele ainda previu que depois dessa, muito provavelmente, eu iria viajar a America do sul de bike, e quem sabe mais tarde o mundo. Gostaria que ele estivesse certo.



Ele também está para lançar um livro, ao fim de sua viagem, na qual vai de cidade a cidade falar à imprensa e passar sua mensagem.
A parte ruim dos imprevistos foi o freio dianteiro da bike, que, por ser hidráulico, baixou. Logo, tive que sair para tentar arrumá-lo. Consegui uma bicicletaria que ficou de arrumar o freio e torci para que desse certo.
Depois disso fui à Igreja de São Carlos e a conheci. Aproveitei também para dar uma volta e comprar uma edição de bolso do novo testamento (idéia do Miral). Eu ia comprar um bíblia toda, mas só tinha das grandes.




Fui para o hotel descansar um pouco e percebi que o mala bike tinha deixado meus dois ombros roxos. Sai para jantar, queria comer uma massa, mas acabei ficando num prato feito mesmo. Comida pesada.
Voltei ao hotel, assisti um pouco de TV e fui dormir, para ir à missa no outro dia cedo.
O que mais marcou no dia foi a coragem de pessoas como o Miral, loucas, que saem pelo mundo na tentativa de fazê-lo um pouquinho melhor. Alem disso, segundo ele, “ter fé não é pra bundão” (frase acompanhadas de desculpas por dizer bundão... haha).

Caminho da Fé - Preparativos e Explicações

Para quem não sabe, fiz o Caminho da Fé entre os dias 28 de julho e 09 de agosto de 2010. Para quem não sabe mais ainda, o Caminho da Fé é uma rota de peregrinação baseado no Caminho de Santiago, na Europa, e sai de São Carlos a Aparecida do Norte, tendo também outras rotas.

Numa viagem como esta o que conta é o caminho, a ida, não a chegada, pois é indo que você aprende tudo que te é oferecido, e não chegando. Se o objetivo fosse chegar, ia de carro, de moto ou avião, como não é, fui de bike!

Percorri cerca de 550km em 11 dias de pedal, passando por 26 cidades e conhecido diversas pessoas que muito me ajudaram no tão difícil Caminho. Aprendi o que não teria aprendido em 1000 dias de vida cotidiano, vivendo com 12 quilos de bagagem (que tinham virado 7 no fim da viagem) por dias as vezes aparentemente intermináveis.

Espero que curtam o relato!

Recomeçando

Bom pessoal, cá estou eu novamente no mundo dos blogs. Desta vez o objetivo é simples: escrever o que eu bem entender, quando bem entender, sobre o que bem entender.

Porque? Cansei de tentar fazer blogs com temas específicos que só serviam para me cansar! A parada aqui é simples: vais encontrar artigos das minhas viagens, invenções e, quem sabe, alguns pensamentos "meio" vagos.

Boa sorte na leitura, quem quer que seja você,
Mário